ninguém é de ferro

Não deixa de ser irónico, quando estava determinado a fazer de Julho o mês da verdade, mijo sangue a meio de um treino e apanho um susto. Também não me consigo livrar do edema nas pernas. Já não me lembro de como era o formato das minhas pernas dos joelhos para baixo. Nos tornozelos e peito do pé, as meias deixam sulcos, algo que não me acontecia antes. Nada disto me dói ou causa qualquer desconforto de maior, mas sei que se deixar latente, corro o risco de ir para a ultra maratona lesionado e cansado ou de ficar ko nas semanas antes e não poder treinar. Em casos extremos pode levar a falha renal potencialmente fatal, casos como uma ultra maratona por exemplo. Não é preciso exagerar. Vou dar uns dias até as pernas voltarem ao normal e faço treinos leves,  crosstrain: ciclismo, ioga, força, natação, aproveito para explorar essas coisas que deixaram de estar no meu radar devido às horas a correr. Recuperação activa, chás drenantes, compressão, elevação das pernas… Volto a tentar um treino muito leve de circuito só para despistar a história do sangue. Corro 5km e vejo o que acontece. A minha teoria mais forte é de que a ecomaratona foi um esforço brutal. Aconselham a descansar 4 semanas, enfim Acabei, como descrevo no post, com dores muito fortes nos pés e canelas e atribuí isso à escolha de calçado e ao piso duro. Houve destruição de tecido celular naquilo e fui exposto a muito calor, devido à má escolha de t-shirt técnica. As duas coisas combinadas levam a destruição de músculo, libertando mioglobina, especialmente com os esforços excêntricos das descidas: o músculo é obrigado a contrair ao mesmo tempo que alonga. Não urinei sangue durante a prova, no dia seguinte ou dias seguintes, foi só quando recomecei a correr 6 dias depois, mas suspeito que o recomeçar a correr tenha reactivado a circulação nas zonas danificadas e “espremido” o tecido intercelular danificado. Sacudiu aquilo tudo que se foi derramando e os resíduos foram atirados para circulação sanguínea pelas paredes celulares ainda danificadas e permeáveis. Isto é meramente uma teoria baseada na leitura de papers e artigos, não sou médico.

Passei de 30-40km por semana para 60-70km por semana. Tinha de pagar o preço, pelos vistos. Como disse há uns posts, vou mesmo seguir uma filosofia mais Yannis Kouros, menos foco no volume de quilómetros, mais treino específico e variado, como velocidade, desnível e treinos muito longos. E procurar um treinador é uma hipótese, pois no meio disto, da minha pequena epopeia, talvez precise de um boost de confiança, especialmente nestas pausas que me deprimem.

 

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