bolhas, novos insights

Correu muito bem o teste do taping dos pés no treino chave, sendo que mergulhei ambos os pés em água ao km 20, submergindo-os. Estava calor. Foi portanto um teste arriscado, mas precisava de tirar a limpo a questão das bolhas.

Não tive nenhumas em 8 horas, no entanto fiquei preocupado, pois usei duas camadas de tape conforme vi num video, uma camada de taping cirurgica e por cima uma kynesio. O probema é que a tape absorveu água não deixou as zonas tapadas secar. No fim quando tirei a tape tinha a pele engelhada e branca na zona onde a fita tinha assente. Uma pele assim ao fim de mais horas dá direito a problemas graves como no paleozóico.

Já me convenci – vou mesmo descalçar-me e tirar as meias antes de atravessar rios. Perder uns minutos pode compensar muito tempo mais tarde e prevenir bolhas. Quanto à fita, tenho de testar só uma camada de kynesio, sem a camada cirurgica por baixo, pois parce-me que duas camadas acaba por contribuir para uma maior absorção de água e dificuldade de respirar e secar. É um tradeoff complicado. Na Transvulcania usei só 1 camada e não evitei algumas bolhas, mas que teriam sido suficientes para um DNF numa prova de 112km.

Outro ponto muito importante, as bolhas graves surgem nos downhills com piso irregular: ser meiguinho nas descidas! Se o pé sofre torções, ir com calma. São 112km, não há pressa.

9 thoughts on “bolhas, novos insights

  1. Em Arga, apareceram-me bolhas quando fazia o downhill para a meta e ia a abrir. A abrir mesmo, espalhei-me duas vezes, enchi-me de lama e feri-me e só depois de passar a meta é que vi que tinha os joelhos a sangrar. As bolhas também rapidamente rebentaram na descida, doeu mas já estava em modo ‘quero terminar isto já’.

    No AX Trail não quero tirar as sapatilhas nem as meias e preciso mesmo de encontrar uma solução para a eventualidade de bolhas. Foi a primeira vez que tive bolhas. Vou usar os Ultra Raptor no Ax, achas que fará alguma diferença? Ainda não os submergi num riacho qualquer, só fiz um treino de 15k e correu muito bem. São mesmo bons.

    1. Não sei se fazem diferença, mas deves testá-los algumas vezes pelo menos em long runs, em caso de dúvida leva os outros. Por kynesio tape nos pés ajuda quase sempre e é feito por muitos pros.

  2. Nunca pensei que fosse possível alguém tornar a porcaria da corrida mais do que meramente a coisa mais entediante do mundo. Alguns posts foram tão bons (dentro daquilo que a corrida permite) que ando a a ler isto desde o ínicio e quase me convencia de que eu próprio estava a treinar e a melhorar, estando normalmente apenas sentado com um pão e duas fatias de queijo lá dentro (para compensar o facto de ser integral).

    Já tinha tentado correr antes, mas parava sempre com as mesmas dores de sempre no mesmo sítio (uma contratura, ou coisa que valha, presumo eu). Agora comecei a fazer um daqueles planos para maricas, que te metem a conseguir fazer uma corrida de cinco quilómetros em dois meses, e em que passas mais tempo a andar do que a correr. Entretanto volta-me sempre a aparecer uma réplica (mas bem mais pequena) da mesma dor de antes, junta-se um princípio de tendinite no joelho da outra perna, etc. Felizmente o treino abranda logo nos dias seguintes e com ténis melhores, gelo e voltaren, lá vou continuando com uns 50 quilómetros do plano já feitos, sem que as dores se agravem (mas mostrando-se presentes). Nota importante: não sou gordo (ca nojo), apenas extremamente inactivo e com pernas de velho, pelos vistos.

    Já que falaste de dores neste post e eu não quero ir ao médico, aproveito para descarrilar o tópico e perguntar se isto é normal, se o sentiste nos primeiros meses, e se me resta apenas engolir e aguentar (desde que não sinta algo que me faça sentir inválido), com a perspectiva de que, com um plano progressivo (mais do que isto deve ser impossível), me esteja a fortalecer e não a prejudicar.

    1. Sim, muito normal. A minha pior fase foram os primeiros 6-8 meses… Tive lesões nos dois joelhos, um de cada vez, fortes, ao ponto de coxear a andar e parar 1 mês. Pensei mesmo desistir, que tinha algum problema. Nunca vás é ao médico, nao é preciso e não te ajudam nada nisto, a não ser um que seja corredor experiente. A ideia do plano para maricas é boa. Eu ia bem num desses e mudava para um Intermédio e voltava a lesionar-me. Não há nada a fazer, é ires sempre aí a surfar a coisa no limite. Se tens dores, páras de correr até passar e fazes bicicleta ou outra coisa ou andas só a pé. Não uses voltaren ou algo que mascare a dor, mas gelo é boa ideia. Se dói mesmo não corras, mas volta a tentar assim que parar. O meu corpo no início acho que estava tipo “que merda é esta, o que é que está a acontecer?” Ter um plano é bom. Devias inscrever-te numa de 10km e fazer um plano. Eu pensava que não era gordo e estava no peso saudável, mas perdi 10kg e peso aos 38 o mesmo que aos 19-20. Isso também contribui para menos lesões. É ir com calma e teimosia, é preciso paciência. Depois também ficas a conhecer melhor o teu corpo e a perceber o que é dor para parar, quando descansar etc. porque os planos também não devem ser rígidos, se sentes uma dor substancial e ela piora com a corrida, é preferível anular um treino e não forçar.

    2. Faz reforço muscular. Se só correr faz doer, tens de fortalecer os músculos à volta. Não é uma questão de ténis mas pode ser de passada. Toda a gente pode melhorar a passada e aprender a não massacrar sempre as mesmas zonas. Fala alguém (eu, caso não desse para perceber) que só se lesionou ao fim de vários anos de treino, quando aumentou os quilómetros semanais e a amplitude da passada, sem reforço muscular nem qualquer tipo de crosstraining.

  3. Kudos, my good sirs. Vou seguir os vossos conselhos. Só não parei o plano porque as dores que tenho (shin splints na perna esquerda e uma cena qualquer na parte esterior do joelho direito, conclusão a que cheguei depois depois de pesquisar e excluir tudo o resto, não sem antes ter pensado que mais uma corrida e ia parar a uma carreira de rodas com hipocondria) são tão ligeiras e dúbias que ainda não percebi se são de cansaço e adaptação de quem nunca correu distâncias maiores que os 1500 metros na escola, ou lesão mesmo para parar. Sinto isto ligeiramente tocado, no dia seguinte acordo, nunca começo sem andar um bocado primeiro, e depois fico quente e nunca sinto nada que me diga para parar. Sempre que usei gelo e voltaren foi numa perspectiva de recuperar mais depressa e nunca como modo de continuar a correr, mas já sei que não devo abusar

    Da primeira vez que tentei correr, doeu-me muito mais a perna esquerda (ao ponto de coxear) porque estava a usar ténis de skater já um bocado gastos. Da segunda vez os joelhos ficaram completamente presos porque começava logo a correr assim que saia de casa e só parava quando não tinha mais folego. Agora ando com uns saucony de gama média e senti logo que passei de burro para cavalo. Alternar correr e andar também tem sido importante.

    E pronto, já percebi também que a minha passada pode melhorar. É ridículo andar a ver vídeos sobre como é que um ser humano corre depois dos dois anos de idade, mas a dica é pertinente e eu não queria mesmo voltar a parar uma terceira vez. Ainda por cima o meu objectivo não é tão ambicioso como o do Lourenço. Já ficava contente por saber que consigo correr uns 20km, sair de casa às 7 da manhã e conseguir ir por Lisboa fora com outra perspectiva que não a de carro.

    Obrigado, vou voltar ao lurking 😉

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